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Mt.info é uma memória-fagulha, corpo em rede que narra uma trajetória coletiva, tecida por mãos múltiplas — ativistas do software livre, artistas transfeministas, produtoras de mídia autônoma, mães, hackers, cuidadoras e tantas outras que se reconheceram no gesto de fazer juntas. Ao longo de mais de vinte anos, escrevemos essa história não em pedras, mas em cabos, ondas, servidores compartilhados, encontros presenciais e digitais. No Brasil dos anos 2000, quando a Internet ainda era fértil e não domesticada pelas plataformas corporativas, floresceram redes insurgentes — rizomas de cuidado, criação e luta. Essas redes não pediam permissão: eram oficinas-feitiço, festivais-comunhão, zines e transmissões feitas com o que havia à mão, no fluxo ao revés de choques coletivos, movidas por desejo e urgência. Praticamos uma política do encontro, da escuta, da colaboração radical. Tecemos tecnologias outras, com atenção ao corpo, ao território, às ausências, à justiça. Inspiradas por lutas feministas, antirracistas, indígenas e queer, nossas práticas romperam com a lógica do progresso linear e do poder centralizado. Criamos mundos possíveis em miniatura, protótipos vivos de autonomia — entrelaçando técnica, afeto, arte e militância. Mt.info é esse vestígio, esse arquivo em fluxo, essa rede que pulsa: um testemunho de que, quando mulheres e dissidências ocupam a tecnologia com imaginação, tudo pode ser reinventado.