Brutas é o nome que demos a uma idéia por vir, cujo embrião se materializava em muitos de nossos encontros entre amigos, cada vez mais escassos devido as distância a a atual conjuntura, desta rede de artistas, produtores de mídia independente e programadores GNU/Linux que trabalharam juntos principalmente na primeira década dos anos 2000 no Brasil.
“Tem várias fitas guardadas lá em casa.”
É uma frase constante que ouvimos nesses momentos, aos poucos se juntando com nossa vontade de se juntar de novo e criar memória, conexões com nosso passado recente. Assim como lutar contra os desejos daqueles que nos invisibilizam, que mais nada são, hoje, gigantes corporações da tecnologia, governos fascistas, uma mídia que continua a criar tanto algozes como bandidos.
Queremos desarquivar (Ribas, 2009) material multimídia referente a essa rede criando ferramentas para a busca, recuperação e visualização de materiais audiovisuais correspondentes. Inspirado na máquina de conceitos Rizoma (2002) queremos propor uma fábrica de imagéticas, materiais multimídia não editados coletados de forma artesanal/afetiva por realizadores dos ditos projetos.
Prevemos com este projeto o desenvolvimento de algumas ferramentas:
Ferramenta #1 “Robô Memória” (crawler) para capturar conteúdos de páginas off line e que podem ser achadas em Archive.net
Ferramenta #2 uma ferramenta de “visualização” que possa focar em aspectos de uma página, um trabalho hoje considerado “perdido” como blogs coletivos
Ferramenta #3 coleta e digitalização de material audiovisual dessas redes que contém muito material de mídia “disperso” (videos, programas de rádio, panfletos) em formatos quase obsoletos hoje. Temos materiais desse tipo atualmente em Campinas (Pajé/Rádio Muda), Luciana Tognon (Recife) e Balbino (João Pessoa/DJ Cidadão Comum)
Ferramenta #4 uma biblioteca de materiais em formato Rasberry Pi para circular entre desaquivadores convidados
O que desarquivar, como e com quem será o trabalho que faremos – desarquivamento – decidido através de encontros online ou físicos se forem possíveis, estabelecendo também acordos sobre os arquivos como direitos coletivos de propriedade, formas de visualização e acesso, restauro e armazenamento físico.