O Laboratório de Cartografias Insurgentes foi um encontro para a produção de mapas políticos que reuniu movimentos contra as remoções e despejos que vêm acontecendo na cidade do Rio de Janeiro. Tais remoções e despejos ocorreram na esteira da “reorganização” da cidade visando os mega-eventos que aconteceriam nos próximos anos (e os que já ocorreram) e a emergência de uma nova forma de governança global das cidades.
No Laboratório de Cartografias Insurgentes militantes, pesquisadores, ativistas, comunicadores artistas e movimentos sociais se reuniram para imaginar e produzir mapas críticos e afetivos ligados às práticas produtivas e à ocupação do espaço metropolitano.
O ocultamento das ações violentas e autoritárias na construção dos megaeventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas deve ser trazido à tona. No encontro vamos abordar essa questão que é de extrema urgência para toda a população do Rio de Janeiro. O recurso à criação de mapas e a proposta de realização de cartografias junto aos movimentos de moradia urbana e das favelas nos ajuda a melhor contextualizar esses conflitos territoriais e se soma às demais formas de resistência ao projeto dos megaeventos. A “cidade dos megaeventos” está sendo implementada sem nenhuma participação daqueles diretamente afetados pelas mudanças (sejam eles moradores das comunidades e bairros, produtores culturais e movimentos sociais).
O encontro funcionou como espaço de experimentações e debates que tratam das reconfigurações da cidade e das dinâmicas de resistência que lhe são correlatos, articulando-se como um laboratório em rede (Rio de Janeiro – Amazônia – América Latina) sobre política, estética e cultura.
Entendida como uma tática criativa de formações do desejo no campo social, a prática cartográfica nos remete a novos territórios, teorias e práticas. A potência do espetáculo atual que governa o mundo e os sonhos criados para escapar de seu reinado, pode ser anulado se usamos um método que consista em tomar as coisas dos inimigos para montar uma outra coisa, que ajude a combatê-lo. A organização de um novo significado que confira um sentido vivo a cada elemento faz parte da prática artística que ao utilizar diferentes mídias transforma o próprio desejo humano.
De 11 a 18 de setembro de 2011 estivemos reunidos na casa IP do morro da Conceição em duas etapas:
De 11 a 16: Pré-lab: oficinas, passeios, eventos de cunho prático.
Dias 17 e 18: Laboratório de cartografias insurgentes
Meta-coletivo, zona autonoma temporaria que fortaleceu processos e zonas nao-hierarquicas de convivência e colaboração entre diferentes coletivos, movimentos e pessoas. Com diferentes dinâmicas e formações ao longo do tempo, inicou no ano de 2004 por Djahjah (Radio Interferencia), Romano (Radio Arte, Tatiana Wells (midiatatica.info) e Ricardo Ruiz (BaseV) na Lapa, Rio de Janeiro, mas IP:// já esteve tambem na Mangueira, Morro do Turano e Morro da Conceição aonde foi tomado de volta (expulsos como muitos moradores) em 2011, epoca de gigantes e monstruosas remocoes na cidade.
Espaço co:laborativo, oKupa, nomade, foi um Lab de mídia com conexões em movimentos como metareciclagem, rádio livre, midia independente, software livre, gênero e tecnologia, luta por moradia, cartografias afetivas etc [+]Interfaces Públicas
1º Mutirão do IP:// 4.0 Beta
Sábado de sol, 8 pernas, 8 braços, quatro mentes pertubadas e com vontade de fazer algo diferente, um novo espaço no Morro da Conceição e muita poeira pra varrer. Bruno, Mukah, Luiza e Ozzy se reuniram na nova casita que agora tem uma sala com prateleiras, som e alguns vinis onde está localizada a “futura” nova rádio livre comunitária do Rio de Janeiro. O quarto do lado se tornou um prótotipo de armazém-feirinha da praça XV, todas as bugingangas imagináveis catadas ao longo dos anos pelo catador/lixeiro Mukah (pedaços de madeira, filipetasa antigas, maletas, pranchas, long board, brinquedos antigos, colchões, se tiver precisando de alguma coisa desse tipo passa lá).
Depois de uma gambiarra aqui, outra ali, muito barbante de varal e algumas braçadeiras a antena foi instalada. Mas ao dar um rolé de carro pra ouvir o som da nova rádio percebe-se o primeiro obstáculo da radiofonia comercial: a frequência 88,5 FM já é ocupada pela Tribuna FM. Pra resolver isso, vamos ter que pensar se há alguma forma de mudar a frequência do transmissor, ou se mantemos assim e usamos a rádio pra intervenções terroristas.
Também demos uma geral na cozinha, que tem um fogão e uma geladeira style que precisa de uns acertos também. O banheiro só precisa de um chuveiro, no mais tem água e descarga funcionando. Com isso, fechamos o primeiro mutirão do IP:// 4.0 Beta. Agora é ocupar com idéias, intervenções, pessoas e o que mais for e vier…
vídeozinho da primeira transmissão experimental da Rádio Cone
2º Mutirão do IP:// 4.0 Beta
Nesse segundo encontro, estiveram presentes mais corpos-cabeças pertubados e ativos, Belisário, Tarin, Marcelo, Mukah, Adorjan, Ozy, Surian e Tai tinham a missão de contra-atacar o Império da radiofonia comercial, nossa tática era muito simples, mudar a frequência do transmissor de 88.5 para 88.1 onde estaríamos fora do alcance de fogo da Tribuna FM que transmite da cidade Imperial conhecida como Petrópolis. Onde até hoje a “família real brasileira” recebe uma porcentagem de toda transação imobiliária da cidade, somente pelo fato de serem Orleans de Bragança, eles são bragança e nós é a bagaça, eita injustiça. Chegamos no IP:// munidos de 2 garrafas de vinho + pães e uma caixa de ferramenta, marcelo já nos esperava com os planos de ataque que conseguidos com o camarada que fez o transmissa.
Antes de começarmos o contra-ataque pedimos forças aos deuses, deusas e aos nossos antepassados que participaram da revolta da chibata, revolta realizada por negros ali mesmo no morro da conceição que se levantaram contra castigos físicos aplicados sobre eles por seus comandantes, para que protejam a Cazita, através de um ritual de defumação, onde também foram passadas duas novas cópias das chaves da cazita para Bruno e Adriano.
Depois de muito se discutir a melhor estratégia (duas garrafas de vinho + umas cervas + umas buscas na internet) de abordagem do transmissa, iniciamos o procedimento, que para nossa surpresa foi bem mais simples do que imaginávamos era só mesmo uma questão de uma continha matemática simples + colocar um jumper numa posição determinada e pronto, pronto nada, o problema é que não tínhamos o jumper para fazer isso, daí a gambiologia e o espírito guerreiro tupiniquim aparecem novamente, “fugir sim mas fugindo procurar uma arma”, pegamos um fio velho da caixa de ferramenta, desencapamos e enrolamos ele em volta do pinos, simulando assim um jumper. Com a gambiarra feita e todos com o cú na mão, ligamos o transmissa e assim começa a primeira transmissão da 88.1 rádio Í-Cone, instalando imagens no seu subconsciente, após a empolgação inicial um grupo foi designado a sair de carro na missão de reconhecimento do local e alcance da transmissão e para nossa felicidade estávamos transmitindo de buena, inclusive aonde achavamos que seria sombra, a rádio í-cone faz sua primeira transmissão e já teve sua primeira ouvinte/falante no ar, Louize por telefone deu seu recado na rádio. Agora falta montarmos o estúdio, então se você tiver algum computador, placa, hd, mesa de som, microfone, deck, diskman ou qualquer outra coisa que possa doar, entre em contato com a gente pela lista do IP://, para se inscrever na lista basta acessar:
https://lists.riseup.net/www/subscribe/ipe
Assim, começa nossa invassão por ondas eletromagnéticas na praça Mauá, seus arredores e na Presidente Vargas, centro do capitalismo no Rio de Janeiro. Após nos esquivarmos do Império nossos ataques agora estão direcionados à Republica e aos escritórios lotados de yuppies. E por falar nisso, nos aguardem seus yuppies nós estamos atrás de vocês…
Chamado do La Vecindá no IP://
La Vecindá, projeto de comunicaçao alternativa post-alfabetik, estamos no Brasil.
Saimos de Buenos Aires rumo a de_linkeos em Sao Paulo e em Rio de Janeiro. (Por ahora…)
Rompendo p(r)en_samentos através dos/as sentidos/sensaçoes. terça 23/11/10 nos vemos na Casinha do Morro da Conceição, futura rádio com(un)itária, muito próxima a projetos como o Metareciclagem, Rádio Pipa, educação popular e a criançada no lixão, Submidialogia ect.A Casinha fica na Rua Jogo da Bola, nº 24, Morro da Conceição – Atrás do ForteNos vemos por lá na terça, dia 23.A partir das 20h Indica inclusão; sem exceção de (ex.: põe tudo na máquina de lavar louça, até os copos de cristal). = inclusivamente, inclusive, também Trazemos:,:Oficina de Caixas de CD com Tetrapack (Re_cicle) Traga sua caixa de leite. (vazia ou nao…)
Nessa quinta, 31/03/11 depois de diversos mutirões e reuniões afetivas iremos começar as obras estruturais do IP:// 0.4
Essas obras estruturais serão financiadas por parte dos projetos de pesquisa desenvolvidos pela i-Motirõ e realizadas por pessoas envolvidas com o IPÊ numa parceria com pessoas do Movimento de Ocupações Urbanas e de Moradia do centro da cidade.